domingo, 5 de junho de 2011

USP

edição 144 • ano 7 • 20 de maio de 2011
  Tom Coelho - Palestras e treinamento
  saber fazer, fazer saber, saber saber!
A USP não pode ser gratuita
*por Tom Coelho
 
"O importante da educação não é o conhecimento dos fatos,
mas dos valores." (Dean William Inge)



O assassinato de um estudante nas dependências da Universidade de São Paulo, além de causar comoção e preocupação, deve também resgatar um debate há muito negligenciado: as universidades públicas não podem continuar integralmente gratuitas.

USP, Unesp e Unicamp conquistaram em 1989 a chamada autonomia financeira recebendo repasses do Governo da ordem de 9,57% da receita líquida do ICMS. Portanto, é dinheiro público, de um Estado formado por mais de 41 milhões de habitantes (Censo 2010), para beneficiar cerca de 210 mil pessoas, entre estudantes, funcionários e docentes.

Diante desta informação, toda discussão acerca da abertura dos portões da USP ao público em geral e sobre a participação da polícia militar em rondas ostensivas é improcedente. A população tem direito de acesso a um espaço comum. A polícia deve prover segurança à Cidade Universitária como deve fazê-lo em qualquer outra localidade.

Os defensores da universidade pública integralmente gratuita alegam, com razão, que a educação é um direito do cidadão e um dever do Estado. Argumentam também que muitos ingressantes cursaram o ensino médio em escolas privadas com a finalidade de, melhor preparados, obterem sucesso no concurso vestibular. Ouvi estas e outras teses em minha passagem pela USP, nos anos 1990, arduamente defendidas pelos pseudoesquerdistas do Diretório Central de Estudantes (DCE) e de diversos Centros Acadêmicos.

O fato é que muitos estudantes lutam, sim, para ingressar em uma destas universidades não apenas por sua qualidade de ensino e reputação, mas também porque não poderiam pagar pelos estudos. Refiro-me a alunos que usam transporte público, frequentam assiduamente as bibliotecas para fugir da aquisição de livros, dividem espaço em repúblicas ou conjuntos habitacionais com vários outros colegas ao longo de quatro ou cinco anos.
 
  Contudo, há um número expressivo de estudantes oriundos das classes A e B, com renda familiar mais do que suficiente para custear seus estudos e que se locomovem em veículos próprios, desfilam roupas de grife e lotam os bares nos arredores da faculdade sem preocupação com o valor da conta.

Tomemos como exemplo os estacionamentos em todas as faculdades da USP. São mal iluminados, sem monitoramento eletrônico e vigilância policial. Diante disso, cabe ao poder público investir em postes de iluminação, câmeras e policiamento, ou cabe aos proprietários de veículos se cotizarem para suprir estas necessidades? Por que aqueles que pagam despreocupadamente R$20,00 ou mais para estacionar seus veículos com um manobrista julgam absurdo pagar uma mensalidade para guardarem seus carros com segurança?

  O fim da gratuidade não significa necessidariamente a cobrança de mensalidades. O fato é que todos, indistintamente, deveriam legar à sociedade parte do que dela receberam.  

O fim da gratuidade não significa necessariamente a cobrança de mensalidades. Este expediente pode ser aplicado a alguns alunos, mas o fato é que todos, indistintamente, deveriam legar à sociedade parte do que dela receberam. Por que os estudantes de Direito do Largo São Francisco não advogam para a população carente? Por que os engenheiros da Poli não realizam ações de urbanização de favelas? Por que os profissionais da área de saúde não reforçam o atendimento nos postos de saúde e prontos-socorros?

É uma questão de vontade política, consciência moral e valores virtuosos. Os trabalhos de conclusão de curso, estágios e que tais deveriam ser cumpridos em atendimento à comunidade. Os graduados deveriam destinar um dia por mês ao longo de um ano, no mínimo, para trabalho assistencial. Mas é mais fácil fechar os olhos para a favela São Remo, proibir o acesso de “pessoas diferenciadas” ao campus ou até mesmo erguer muros e instalar cancelas, praticando o segregacionismo.

Basta de hipocrisia!

Artigos anteriores


* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Visite: www.tomcoelho.com e www.setevidas.com.br.

 

ambiente


Junho 2011                                        WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal
Dia Mundial do Meio Ambiente
Celebre o Dia Mundial do Meio Ambiente com os animais!
Junte-se a nós e multiplique esta ideia.
Bem-estar animal e desenvolvimento sustentável O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, durante a primeira conferência internacional para a proteção do meio ambiente, em Estocolmo, na Suécia. Desde então, ocorreram diversas outras reuniões intergovernamentais, entre elas, a famosa Eco92, no Rio de Janeiro.

Agora, estamos a um ano da Rio +20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorrerá de 4 a 6 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Chefes de estado, cientistas, representantes da sociedade civil e ONGs do mundo inteiro debaterão os avanços conquistados internacionalmente, as dificuldades enfrentadas, os problemas emergentes e definirão os próximos passos relativos à proteção ambiental.

É importante lembrarmos que o meio ambiente e os animais, incluindo o ser humano, estão intimamente ligados. Os animais silvestres não existem sem as florestas e matas, e os biomas não sobrevivem sem a fauna. E a existência humana pode tornar-se inviável no planeta sem as outras formas de vida.

Mas as discussões devem incluir também os animais de produção e os impactos ambientais dessas atividades. A criação humanitária, que promove o bem-estar animal e ocorre em harmonia com o meio ambiente, diminui esse impacto e contribui para a sustentabilidade na cadeia de produção de alimentos.

Além disso, os crescentes desastres ambientais resultantes das mudanças climáticas envolvem também a vida animal. Além do sofrimento individual dos animais silvestres, de produção ou de companhia, famílias que dependem financeiramente dos animais de produção se desestruturam financeiramente. E as pessoas sofrem com a perda afetiva causada pela morte de seus cães e gatos.

Por esses motivos, a WSPA acredita que o bem-estar animal está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento sustentável e trabalha para a inclusão dos animais nas discussões da Rio +20.

Junte-se a nós, multiplique essa ideia clicando no botão "curtir" da próxima página!

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 A Sociedade Mundial de Proteção Animal - WSPA é a maior federação mundial de bem-estar animal, com mais de 1000 ONGs afiliadas em 155 países. Só no Brasil são 86 entidades em 19 estados e no Distrito Federal. A WSPA trabalha por um mundo onde o bem-estar animal importe e os maus-tratos contra os animais tenham fim. Para mais informações sobre a WSPA, acesse www.wspabrasil.org.