19/08/2011 - 11h04
Folha da Manhã
Carlos Chagas
Carlos Chagas
Sobre a discussão acerca da transparência no âmbito da Câmara Municipal de Passos, envolvendo a Presidente do Sindicato dos Públicos Municipais e o então Assessor Jurídico da Parlamentar, escrevemos em duas oportunidades:
29.04.11: “A Presidente do Poder Legislativo, se não quiser mudar de postura, que pelo menos repreenda sua baixa serventia remunerada com o dinheiro público pela vergonha a que está sendo exposta no episódio. À imprensa, a tranqüilidade de que nem mesmo a recalcitrante ameaça de processo virá dessa feita, porque com o conhecimento jurídico ostentado, certamente aqueles que poderiam se julgar ofendidos pelos fatos revelados, terão dificuldade até mesmo para contratar um bom advogado”.
13.05.11: “Já o fato preocupante é a declaração da Presidente da Câmara, veiculada na Coluna Opinião de 10 de maio último no seguinte sentido: ‘Se eu não confiar em meu jurídico vou confiar em quem?’ Pois é. E com um ‘Serviço Jurídico’ desses quem está muito mal não é somente a Vereadora Cenira de Fátima, mas toda a sociedade passense e, sobretudo, a imagem do Poder Legislativo.
Ao invés do ‘Parabéns, presidente’, do colega Paulo Natir, cabe dizer ‘Reaja, presidente’ e não se deixe novamente expor ao ridículo perante a imprensa e a sociedade”.
Agora e somente agora, depois que o Poder Judiciário atestou de forma cabal e irrefutável que a sindicalista Nelza Efigência dos Santos Costa tinha razão no seu intento, tanto com relação ao direito que alegou em ter acesso aos documentos públicos da Câmara Municipal, quanto na sua desconfiança de que os documentos sonegados pela Presidente da Câmara por aconselhamento do seu então Assessor Jurídico escondiam falcatruas inconfessáveis, indemonstráveis e impublicáveis, é que a Vereadora Cenira de Fátima Gomes tomou a atitude que era dela esperada desde o primeiro momento. Lamentável que a parlamentar primeiro tenha se deixado expor ao ridículo perante a sociedade passense e a imprensa, como lhe fora alertado lá atrás, mas mesmo assim agora merece aplausos efusivos, porque escorraçou da Câmara Municipal a incompetência e a teimosia.
Sem o intento de sugestionar um colega de jornal, o que não é permitido e muito menos recomendável, quem talvez agora mereça um artigo é a Presidente do SEMPRE, com algo próximo de “Parabéns
Presidente Nelza”, porque graças ao seu espírito público, inconformismo com o mal feito e persistência abriu o para que os órgãos de controle e o Ministério Público agora possam exercer seus papéis e conter, ou, pelo menos minimizar a sangria desenfreada do dinheiro público, como ao que parece aconteceu no caso da reforma do plenário alvo de toda a polêmica.
CARLOS CHAGAS, jurista e jornalista, escreve quinzenalmente às sextas-feiras nesta coluna. carlinho_chagas@yahoo.com.br