Escrito por http://www.ambientebrasil.com.br
24/03 - A população mundial está poluindo rios e oceanos com o despejo de toneladas de resíduos sólidos diariamente, prejudicando a vida marinha e envenenando crianças no mundo todo. De acordo com o relatório divulgado na última segunda-feira (22), Dia Mundial da Água, em Nairóbi, no Quênia, África, pelo Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês), o consumo de água não tratada e poluída hoje em dia mata mais do que todas as formas de violência. O documento foi entitulado Água Doente e afirma que milhares de crianças e adultos morrem por ano em decorrência da da poluição da água, alertando para a necessidade da adoção de medidas urgentes.
Protestos foram feitos no mundo todo, em Berna na Suíça por exemplo, foram expostas 4 mil mamadeiras com água suja em uma praça pública.
De acordo com o relatório, as populações urbanas deverão dobrar de tamanho nas próximas quatro décadas. A projeção é que os números subam dos atuais 3,4 bilhões para mais de 6 bilhões de pessoas. Nas grandes cidades já há carência de gestão adequada dos recursos hídricos em decorrência do envelhecimento do sistema, de falhas na infraestrutura ou de tratamento de esgoto insuficiente.
Os resíduos contaminantes são comspostos principalmente de esgotos, pesticidas agrícolas, resíduos animais e industriais.
“Isso significa que mais pessoas agora morrem de água contaminada e poluída do que de todas as formas de violência, incluindo as guerras.” A contaminação da água também gera as zonas mortas em mares e oceanos de todo o mundo, sufocando recifes de corais e peixes, diz o documento, informando que 2 bilhões de toneladas de resíduos são jogados em águas de todo o mundo anualmente.
O relatório ainda afirma que 1,8 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem anualmente pela falta de água limpa. E a maior parte dos resíduos lançados são provenientes de países em desenvolvimento.
A recomendação do estudo é de sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para tratamento de esgoto e também a proteção de áreas terras úmidas (processadores naturais de esgoto) e de uso de dejetos animais como fertilizantes.
Se quisermos sobreviver em um mundo com 9 bilhões de pessoas, que de acordo com as projeções é o que teremos em 2050, devemos nos tornar mais inteligentes no manejo de água e esgoto, disse Achim Steiner, direto da Unep.