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O Ministério da Saúde confirmou, em nota, que 13 crianças
indígenas morreram, em pouco mais de um mês, em decorrência de uma
diarreia aguda em aldeias das etnias Kaxinawá e Kulina no município
de Santa Rosa do Purus, no Acre.
A suspeita é que elas tenham sido vítima do rotavírus, doença
diarreica aguda causada por vírus transmitido por contato entre
pessoas, através de água, alimentos e objetos contaminados.
A nota, assinada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai),
ligada ao ministério, informa que até o momento não foi confirmado
ou notificado oficialmente casos de rotavírus nas comunidades
indígenas. “Não há confirmação laboratorial dos casos e a causa
das mortes ainda está sob investigação”, diz o ministério.
Ainda segundo a nota, as morte foram registradas nas aldeias de Nova
Família, Morada Nova,Novo Repouso, Nova Fronteira, Nova Aliança,
Kanamari e Moema.
O Ministério da Saúde informou que está monitorando as
investigações, e já disponibilizou ajuda ao município e ao
Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Purus,
responsável pelo atendimento básico de saúde à comunidade
indígena da região.
De 1 a 18 de janeiro [2012], 70 crianças indígenas foram
identificadas com doença diarreica aguda. Dessas, 3 morreram e 2
continuam internadas para tratamento, que é a base de reidratação
oral. Em dezembro passado [2011], foram 10 mortes.
Os casos ocorreram em 20 das 46 aldeias na região do município de
Santa Rosa do Purus, onde há 3.000 índios. Próximo da fronteira com
o Peru, a secretaria alega que o acesso às tribos é difícil, feito
por barco.
Equipes de saúde do ministério em Alto Rio Purus e dos governos
estadual e municipal foram deslocadas paras aldeias em busca de novos
casos e para investigar os motivos das mortes. A orientação é
reidratar os doentes com sintomas suspeitos. Já os desidratados e
desnutridos são removidos.
Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as mortes mostram o
descaso das autoridades com os indígenas no Acre. “O grave é que
ninguém faz nada e fica um jogo de empurra-empurra entre as
instituições que deveriam estar cuidando da saúde dos povos
indígenas”, disse a entidade.
Comunicado por:
Promed-Port
promed-port@promedmail.org
[Não há a menção das faixas etárias acometidas. Pelas
informações apresentadas na notícia, aparentemente, o surto parece
acometer somente a faixa etária pediátrica. Nesse caso, rotavírus
é o mais provável. Fica a pergunta: qual a idade das crianças que
morreram? Eram vacinadas contra rotavírus? Dependendo da idade, se
não eram, deveriam ter sido.
Aproveito o tema Diarréia-Acre, para trazer uma importante
observação manifetada pela minha colega de residência médica, e
grande amiga, Dra. Ana Carolina Silva Santelli sobre os riscos de
introdução da cólera em território nacional a partir de imigrantes
haitianos que chegam ao Brasil através do estado do Acre.
Que fique claro que o surto de diarréia entre os índios Kaxinawá e
Kulina aqui reportado parece não guardar nenhuma relação com
cólera e imigrantes haitianos. Mas fica o alerta: a cólera no Haiti
tende a se tornar endêmica (Veja: PRO/PORT> Cólera –Haiti,
epidemia, situação atual - arquivo <20120109.1003829>) e o fluxo de
imigrantes (legais e ilegais) oriundos daquele país tende a aumentar
(Veja: "Acre é rota para a entrada de haitianos no Brasil" , Fonte:
para a ocorrência de surtos de diarréia nos estados que sabidamente
têm sido porta de entrada para imigrantes oriundos do Haiti.
Para localizar Santa Rosa dos Purus (Acre) no HealthMap, acesse:
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