Vereadores de Passos
Passense de nascimento, mas residindo fora há anos, ao passar as férias de fim de ano na casa de meus pais, li com muita decepção a notícia de que os vereadores da Câmara de Passos embolsaram quase 6.000 reais a título de gratificação natalina. Para mim e outros cidadãos de bem, isso é uma forma de receber o 13º salário, benefício justo para os trabalhadores que derramam suor ao carregar nas costas esse sofrido país dos desmandos políticos, dos maus políticos (diga-se). Como os deputados em Brasília que não se envergonham de legislar em causa própria, ao criarem benefícios e mais benefícios para eles mesmos, de embolsarem polpudos salários e outras regalias, nossos vereadores, que mal votam um projetinho ou outro na Câmara uma vez por semana, em sessões chatíssimas, resolveram, no apagar das luzes do ano de 2014, levar para casa quase 6.000 reais. Esses vereadores deveriam por a mão na consciência e admitirem que não merecem tal benefício, gratificação ou 13º, pois não são trabalhadores. Estão ali apenas para representar o eleitor passense, para os quais pediram votos mediante promessas e mais promessas. Esses vereadores, cada vez mais, comprovam a cada dia que escolheram a política apenas como um meio mais fácil para ganhar dinheiro, pois com o suor do rosto poucos ali teriam capacidade. Espero que os eleitores passenses, como eu, não se esqueçam em 2016 na hora de votar. Vamos lembrar pra sempre dos 10 vereadores que acharam merecer o 13º salário. Receio que a próxima novidade deles seja criar a gratificação de um terço do salário pelas duas férias, ou melhor, recessos, anuais de que gozam, triênio e até seguro-desemprego, para garantir um recursozinho em caso de perder a próxima eleição. Uma cidade como Passos, que sofre dificuldades financeiras até mesmo para o básico dos básicos, não pode se dar ao luxo de desperdiçar dinheiro com parlamentares.
Carlos Henrique Maia – Passos/MG E-mail: carloshenriquemaia1970@gmail.com