domingo, 1 de abril de 2018

vida de cachorro


Adorei essa resenha da vida de cachorro,o blog que tem seu endereço ao link abaixo sua busca e seguir por twitter que para mim é triste devido que tenho somente blog por opção.

 VIDA DE CACHORRO (1918)

Fonte:Filmes em Geral #15https://cinemaedebate.com/2010/10/18/o-garoto-1921/
Dirigido por Charles Chaplin.
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Syd Chaplin, Henry Bergman, Charles Reisner, Albert Austin e Tom Wilson.
Roteiro: Charles Chaplin.
Produção: Charles Chaplin.
[Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia esta crítica se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].
Charles Chaplin já demonstrava seu incrível talento neste “Vida de Cachorro”, curta metragem que aborda superficialmente temas que ainda seriam melhor explorados pelo genial diretor em seus próximos filmes. Ainda assim, é possível se divertir e se emocionar nos 40 minutos desta pequena jóia estrelada pelo tradicional vagabundo.
Um vagabundo (Chaplin) salva a vida de um cachorro na rua quando este é atacado por outros cães. Com o pobre cão escondido nas calças, ele entra num salão de baile, onde uma cantora desafinada é explorada pelo dono do estabelecimento. É então que dois ladrões roubam a carteira de um milionário bêbado e escondem justamente no local onde dorme o vagabundo, que encontraria ali a chance de mudar definitivamente de vida.
O curta “Vida de Cachorro” tem toda a cara do cinema mudo que traria fama e glória para Chaplin futuramente, com trilha sonora presente durante todo o tempo, letreiros brancos com fundo negro mostrando os diálogos e todo o talento do talentoso ator e diretor para expressar sentimentos e provocar o riso. As inúmeras gagsvisuais já demonstravam o talento do ator para a comédia, como na seqüência em que ele foge de um policial passando por baixo da cerca, a clássica seqüência em que ele rouba comida e a sensacional fuga de dentro do bar Lanterna Verde com os bandidos correndo atrás dele. Chaplin, aliás, tem como sempre um desempenho fenomenal, provocando o riso e as lágrimas sem necessitar de palavras, simplesmente através de expressões corporais. Vale destacar, entre tantos momentos, a sensacional seqüência em que ele se faz passar por um dos bandidos, que se encontrava desacordado, somente através dos gestos de suas mãos. Edna Purviance, que interpreta a cantora desafinada do salão, também se sai bem, fazendo um belo par com Carlitos.
Tecnicamente, vale destacar a deliciosa trilha sonora do próprio Chaplin, especialmente a divertida música que acompanha a seqüência da dança no salão, além da direção, também de Chaplin, que conduz a narrativa com segurança e acerta o ritmo nas cenas mais engraçadas, como aquela em que o vagabundo come na lanchonete sem que o dono perceba.
A dificuldade de se adaptar ao capitalismo, tema costumeiro nos filmes de Chaplin, aparece aqui na cena em que o vagabundo tenta arrumar emprego sem sucesso e é reforçada pela seqüência do assalto cometido por dois homens, evidenciando as conseqüências da desigualdade social. A importância do dinheiro neste sistema também é abordada pelo roteiro de Chaplin, quando o dono do bar expulsa o vagabundo simplesmente pelo fato dele não ter dinheiro para pedir uma bebida, e fica ainda mais evidente quando Carlitos diz para a cantora que “agora poderemos ficar no país”, após encontrar a carteira de um homem rico. O final do curta mostra o casal feliz, curtindo sua fazenda, graças ao dinheiro que encontraram na carteira, o que não deixa de ser uma irônica crítica, pois eles só conseguiram encontrar a felicidade desta maneira, já que não foram dadas oportunidades para o crescimento de outra forma. E Chaplin, mais uma vez, mostra sua preferência pela vida do campo em detrimento da loucura das grandes cidades.
Chaplin já tinha assombrado o mundo com seu talento absurdo em curtas como este divertido “Vida de Cachorro”, que marcou a transição entre a fase menos famosa de sua carreira e aquela em que registra seus filmes mais famosos em todo o planeta, já num período em que tinha seu próprio estúdio e, portanto, total liberdade como cineasta.
Texto publicado em 17 de Outubro de 2010 por Roberto 
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